quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Meditations about the Brazilian Agricultural Sector

3/10/2013


There is a long time since Brazilian people (today mostly urban), are introduced to some paradoxes in National Agriculture.

At the same time that we see the country among the leading producers and exporters of agricultural raw materials of the world, we have difficulty accessing the important markets in the world.

At the same time that the Brazilian trade balance surplus is show dependent to agricultural exports, we do not have a macroeconomic politics that priories the productive sector in detriment of financial speculation.

At the same time we become a producer and exporter Nation of agricultural technologies, we note the lack of a consistent National Agricultural Politics.

At the same time that we set records for productivity in various sectors, we perceived viscosities to access financial credit and insurance that aims to protect the farmers.

From these four considerations, it is reasonable to think: How is it possible to get positive results without considering the production chain in its entirety? Given the good results described above, the Brazilians could imagine, and rightly so, that the homework is being done by the Government. However, as already said Professor Dr. Roberto Rodrigues some years ago: "My son, who breaks is the farmer not agriculture." Perhaps this is the explanation for this question.

We are a Nation that has an Agricultural vocation. Many Brazilians had inherited rural activities as a way of life and not merely as a means. Maybe so, continue to persist in their activities even contradictory economic scenarios.

Every true change does not appear suddenly. Requires an internal individual effort and may subsequently be reflected in the socio-political interactions surrounding each citizen. I believe we can take an important step in this direction. To do that, is necessary to ask for ladies and gentlemen: Do you have a contract to supply your agricultural product for the industry? What is the degree of commitment that the processing industry for raw materials has with farmers? Why would it be interesting to it (Industry) not to commit to a portfolio of suppliers (farmers)?

I think we should start this dialogue, each one in your segment in order to overcome a bottleneck, which depends solely on each of us. Leave to wait the invisible hand of the Government to resolve these problems. Do it yourself.

The formalization of contracts for the supply of raw materials for the agricultural industry is one of the pillars that sustain its own growth. Contracts can create economic security for the expansion of production scale, can enable investments in improving the quality of agricultural products and can result in increased financial margins for processing industries.




Prof. Guilherme Benko de Siqueira
Universidade Federal do Tocantins (UFT)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Suplementação de Ovinos – Necessidade e Limitações


Ao longo dos anos a divulgação das potencialidades da ovinocultura pela mídia, vem chamando a atenção de muitos proprietários rurais que se entusiasmam diante da nova possibilidade de investimento. Proponho então a seguinte pergunta: O que eu (ovinocultor), deveria saber sobre a suplementação alimentar dos ovinos? Responder esta pergunta não é tarefa fácil pois envolve muitas frentes de discussão.
Em primeiro lugar, a experiência tem mostrado que em matéria de suplementação, a discussão tem se concentrado majoritariamente sob o ponto de vista nutricional, enquanto que ainda temos uma literatura escassa quando o tema é tratado sob a ótica econômica.
Para compreender o efeito que a suplementação alimentar dos ovinos pode exercer sobre o resultado econômico da atividade, é necessário analisar alguns fatores ligados ao potencial zootécnico da espécie.  Para  simplificar esta discussão, serão descritos neste artigo três aspectos básicos (porém não exclusivos) que exercem efeito sobre os programas de suplementação dos ovinos, sendo eles: o custo energético total para a produção de um cordeiro terminado, o potencial genético de ganho de peso dos animais, o valor de mercado da carne ovina.
A determinação do custo total de produção de um cordeiro terminado depende da compreensão da dinâmica de crescimento e produção do rebanho. Considerando um rebanho estabilizado em tamanho, pode-se quantificar em termos energéticos, qual é a demanda relativa para cada categoria deste rebanho. Esta determinação é influenciada pelo modelo de produção considerado. No quadro 1, são apresentados valores teóricos para seis sistemas distintos de produção, variando entre si pelo intervalo entre partos (IEP) e pelo tempo necessário para recria e terminação (em meses).

Quadro 1. Custo energético do desfrute, reposição, matrizes & reprodutores que compõe o custo total do cordeiro terminado para diferentes sistemas de produção.
Fonte: BENKO, G.; PÉREZ, J. R. O.SALVADOR, F. M. Modelo para avaliação de um Sistema de Produção de Ovinos. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE OVINOCULTURA, 4., Lavras, MG. Anais das palestras.... Lavras: UFLA. Grupo de Apoio à Ovinocultura, 2005. 16 f. 1 CD-ROM.


O IEP é o fator de maior peso sobre o custo energético total para a produção de um cordeiro terminado, sendo a intensidade de ganho de peso, o segundo fator de maior importância. Assim, dentre os cenários descritos no quadro 1, o mais favorável sinalizou que de 100% do custo energético total para produção de um cordeiro, 77,15% foi consumido pelas matrizes e reprodutores, 2,58% pela reposição de animais no rebanho e, apenas 20,27% foi consumo diretamente pelo cordeiro terminado. Isto significa que para se produzir um cordeiro, aproximadamente 80% do gasto energético total é investido na manutenção do rebanho e apenas 20% deste total é correspondente à demanda específica cordeiro terminado.
Tal simulação teórica encontra respaldo na observação prática de muitos produtores rurais que, ao produzirem e venderem seus cordeiros, ainda encontram dificuldade em equilibrar as despesas com o rebanho. É exatamente neste momento que os planos de suplementação dos rebanhos passam a ser percebidos como estratégicos para a saúde econômica dos sistemas.
Em outras palavras, as soluções nutricionais a serem propostas para matrizes e reprodutores, animais de reposição e cordeiros em recria/terminação, devem ser diferentes. Além disso, é importante considerar que são os cordeiros terminados que ao serem vendidos, se transformarão  em capital. Por este motivo, incide exatamente sobre esta categoria à necessidade de maximizar a rentabilidade.
Neste sentido, discutir o potencial genético de ganho de peso da espécie passa a ser de grande relevância. Para discutir este tema, direcionaremos nossa discussão aos cordeiros em recria e terminação. Um outro aspecto a ser considerado é a expressiva amplitude de manifestação do potencial de ganho de peso entre as raças que normalmente são exploradas no Brasil. Entretanto, é importante salientar que para todas elas já foram descritos na literatura, potenciais de ganho de peso relativamente elevados.
Como exemplo, em sistemas intensivos de produção de cordeiros, resultados de ganhos de peso de 0,85% - 1,0% (expresso em % do PV ao dia) são relatos frequentes para animais da raça Santa Inês. Já para animais híbridos, provenientes de cruzamentos com raças de corte exóticas, são  descritos valores de 1,0 - 1,4%.  Para efeito de comparação, considerando a espécie bovina (também em sistemas intensificados), são descritos potenciais de ganho de peso da ordem de 0,35% - 0,40% do PV ao dia. Assim, a espécie ovina durante o recria e terminação pode atingir níveis de ganho de peso até 3,5x superiores aos observados nos  bovinos. Porém, esta potencialidade genética dos ovinos somente poderá ser manifestada, em sistemas intensificados de manejo e nutrição.
A otimização do ganho de peso dos cordeiros configura-se então, como ponto estratégico para o sucesso econômico da atividade, que deve necessariamente passar por um processo de intensificação. Além disso, a definição de planos nutricionais para as demais categorias do rebanho, como as  matrizes, devem respeitar as limitações econômicas impostas pelas margens financeiras da comercialização do produto final (cordeiro). Fica claro portanto, que o valor de mercado da carne ovina acaba por determinar os pontos de equilíbrio do sistema. O que implica em dizer que para cada realidade mercadológica haverá uma solução diferente do ponto de vista nutricional que otimize economicamente o sistema de produção.
Por fim, cabe ressaltar que a nutrição animal em sistemas pecuários opera como principal regulador das intensidades produtivas. Neste aspecto, salienta-se que a suplementação dos ovinos é uma estratégia nutricional necessária nos rebanhos e por este motivo, deve ser planejada levando-se em consideração a realidade econômica de cada sistema de produção.


Prof. Guilherme Benko de Siqueira
Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Meditações sobre setor Agropecuário Brasileiro

 3/10/2013


Já faz um bom tempo que nós brasileiros, hoje majoritariamente urbanos, somos apresentados à alguns paradoxos na agropecuária nacional.

Ao mesmo tempo em que o País marca presença entre os principais produtores e exportadores de matérias-primas agropecuárias, temos dificuldade em acessar mercados importantes no cenário mundial;

Ao mesmo tempo em que a balança comercial brasileira se mostra superavitária graças à exportações agropecuárias, não temos uma política macroeconômica que fomente o setor produtivo em detrimento das especulações financeiras;

Ao mesmo tempo em que nos tornamos uma nação produtora e exportadora de tecnologias agropecuárias, constatamos a falta de uma política agrícola nacional consistente;

Ao mesmo tempo em que batemos recordes de produtividade em diversos segmentos produtivos, percebemos viscosidades de acesso ao crédito e a um seguro rural que objetive proteger os produtores.

A partir destas quatro considerações, é razoável ponderar: Como é possível obter resultados positivos sem contemplar a cadeia produtiva em sua plenitude? Diante dos bons resultados descritos anteriormente, o cidadão brasileiro poderia  imaginar, e com razão, que a lição de casa esta sendo feita pelo Governo. Entretanto, como já dizia o Professor Dr. Roberto Rodrigues já há alguns anos: “Meu filho, quem quebra não é a agricultura e sim o agricultor”. Talvez esteja aí a explicação à pergunta.

Somos uma nação de vocação agropecuária, historicamente muitos brasileiros herdaram a cultura de encarar a atividade rural como modo de vida e não apenas como meio. Talvez por isso, continuam a persistir em suas atividades mesmo em cenários econômicos contraditórios.

Toda mudança verdadeira não aparece de súbito. Exige primariamente um esforço interno individual, podendo posteriormente ser refletida nas interações sócio-políticas que cercam cada cidadão. Acredito que podemos dar um passo importante neste sentido. Pergunto aos senhores e senhoras: Você têm um contrato de fornecimento de seu produto junto ao comprador? Qual é o grau de compromisso que a Indústria processadora de matérias-primas aceitaria firmar com você produtor rural? Por que seria interessante para ela (Indústria) não se comprometer com uma carteira de fornecedores?

Acredito que devemos iniciar este diálogo, cada qual dentro de sue segmento, a fim de superar um gargalo fundamental e, que depende exclusivamente de cada um de nós. Deixemos de contar com a expectativa paternalista de esperar a solução chegar através da mão invisível do Governo.

A formalização de contratos de fornecimento das matérias-primas agropecuárias para a Indústria é um dos pilares que sustentam seu próprio crescimento. Cria segurança econômica para a ampliação da escala produtiva, viabiliza investimentos em melhoria da qualidade dos produtos agropecuários, resultando no aumento das margens financeiras do setor de transformação.

Prof. Guilherme Benko de Siqueira
Universidade Federal do Tocantins (UFT)