A Intensificação dos Sistemas Agropecuários
10 setembro, 2014.
Objetivando apresentar um ponto de vista
muito particular sobre a intensificação de sistemas agropecuários, gostaria
inicialmente de nivelar o entendimento do termo
“intensificação”. Particularmente neste artigo, refiro-me à este termo,
como um conjunto de práticas que objetivem maior produção em menor tempo,
utilizando-se para isso menos insumos. Assim, conforme o jargão técnico, a
intensificação pode ser entendida como: fazer mais com menos recurso
financeiro e, é com esta perspectiva,
que conduzirei minhas considerações.
Em momentos políticos e econômicos
incertos, é comum observar uma retração imediata de investimentos, principalmente
nos segmentos Industriais e Agroindustriais. Tal retração, se justifica pelo
fato de que, sem a clareza do comportamento da demanda futura, não há como apostar e investir no presente.
Entretanto, a percepção de cenários político-econômicos e seus respectivos
efeitos apresentam um tempo de feedback
muito específico, e distinto, para cada setor produtivo que seja considerado.
Particularmente, olhando para a
agropecuária, percebe-se que a inércia de seus fluxos produtivos são, na maioria
das vezes, maiores que para os demais setores produtivos da indústria
brasileira. Em outras palavras, o tempo de reação positiva ou negativa, a um
determinado cenário, é mais lento quando se trata da agropecuário. Desta forma, muitos proprietários rurais
se viram em situações desconfortáveis diante das mudanças das marés da economia
brasileira nos últimos anos.
Esta experiência, a longo prazo, tem induzido a manifestação de um comportamento de insegurança, principalmente quando se objetiva incorporar tecnologias para intensificar os sistemas de produção. Neste sentido, não é estranho encontrar divergências conceituais quando o assunto é intensificação da produção agropecuária.
Esta experiência, a longo prazo, tem induzido a manifestação de um comportamento de insegurança, principalmente quando se objetiva incorporar tecnologias para intensificar os sistemas de produção. Neste sentido, não é estranho encontrar divergências conceituais quando o assunto é intensificação da produção agropecuária.
Uma alternativas para analisar o tema seria olhar para o processo de intensificação e indagar: a adoção desta prática
de intensificação me torna mais ou menos dependente do sistema econômico?
Talvez, esteja aqui uma perspectiva interessante para uma adequada análise da
questão da intensificação.
Muitas vezes, produzir mais com
menos recurso e em menor tempo implica em tornar o sistema produtivo mais
vulnerável aos percalços econômicos. Por isso, muitos sistemas tidos como nada “intensificados”
ainda persistam em muitas regiões agropecuárias brasileiras. Entender o
processo de “intensificação” passaria, então, por buscar ajustar uma necessidade
de escala produtiva com o mínimo de vulnerabilidade econômica. Certamente, a solução
desta equação implica em habilidade técnica de adaptar as tecnologias transformando-as em propostas atualizadas e ajustadas aos desafios correntes da
agropecuária.
Finalizando, aponto como forte a possibilidade da existência de um desalinhamento
macroeconômico por hora praticado pelo governo brasileiro, posição corroborada por
muitos analistas econômicos. Neste contexto, é razoável pensar na adoção de
medidas de intensificação que otimizem o uso e a produção de recursos naturais
dentro da própria fazenda, criando um contexto produtivo menos vulnerável às
flutuações econômicas que estão por vir em 2015.
Prof. Guilherme Benko de Siqueira
Universidade Federal do Tocantins (UFT)
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